sábado, 9 de março de 2013


Sei lá aonde foi que começou essa sensação de ter fracassado, mas também não faz a menor diferença agora porque resolvi fazer as pazes com o meu passado, descobrir meu valor inerente, e parar de criar circunstâncias para me punir. Uma vez que estamos sempre atraindo aquilo com o qual estamos mais comprometidos, especialmente os compromissos ocultos da mente subcosnciente, criamos e atraímos situações na vida que refletem para nós as nossas crenças internas, inclusive as prejudiciais e carregadas de culpa. Afinal uma mulher que tem paz dentro de si tem tudo. Já um homem dividido pela guerra em seu íntimo não tem nada. Nós escolhemos se vamos ficar presos as ancoras do passado ou navegar para uma nova realidade. Quando ficamos ancorados no passado repetimos padrões conhecidos, e nem sempre felizes. Eu sempre falei do texto que adoro sobre frescobol, pois bem agora resolvi jogar frescobol não com um outro ser humano mas com a minha vida, com as minhas esperanças com o meu presente. E sonho vai e sonho vêm.... TÊNIS E FRESCOBOL - Por Rubem Alves Depois de muito meditar sobre o assunto concluí que, os relacionamentos são de dois tipos: Há os relacionamentos do tipo tênis e os do tipo frescobol. Os relacionamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal. Os relacionamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa. Explico-me: O tênis é um jogo feroz. O seu objetivo é derrotar o adversário. E a sua derrota se revela no seu erro : o outro foi incapaz de devolver a bola. Joga-se tênis para fazer o outro errar. O bom jogador é aquele que tem a exata noção do ponto fraco do seu adversário, e é justamente para aí que ele vai dirigir sua cortada, palavra muito sugestiva, que indica o seu objetivo sádico, que é o de cortar, interromper, derrotar. O prazer do tênis se encontra, portanto, justamente no momento em que o jogo não pode mais continuar porque o adversário foi colocado fora de jogo. Termina sempre com a alegria de um e a tristeza de outro. O frescobol se parece muito com o tênis: dois jogadores, duas raquetes e uma bola. Só que, para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca. Se a bola veio meio torta, a gente sabe que não foi de propósito e faz o maior esforço do mundo para devolvê-la gostosa, no lugar certo, para que o outro possa pegá-la. Não existe adversário porque não há ninguém a ser derrotado. Aqui ou os dois ganham ou ninguém ganha. E ninguém fica feliz quando o outro erra, pois o que se deseja é que ninguém erre. O erro de um é um acidente lamentável que não deveria ter acontecido. E o que errou pede desculpas, e o que provocou o erro se sente culpado. Mas não tem importância: começa-se de novo este delicioso jogo em que ninguém marca pontos... A bola: são nossas fantasias, nossos sonhos, nossas idéias sob a forma de palavras. Conversar é ficar batendo sonhos e idéias pra lá e prá cá... No tênis recebe-se a idéia do outro para destruí-la, arrebentá-la como bolha de sabão... O que se busca é ter razão e o que se ganha é o distanciamento. Aqui, quem ganha sempre perde. Já no frescobol é diferente: a idéia do outro é uma preciosidade, é coisa delicada, do coração. O bom ouvinte é aquele que, ao falar, abre espaços para que as bolhas de sabão do outro voem livres. Bola vai, bola vem, cresce o amor... Ninguém ganha para que os dois ganhem e se deseja que o jogo nunca tenha fim...

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